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Um Poeta amador, puro e simplesmente. Ainda vivo essa transitoriedade, Onde o acaso ocasional é casual! Uma saciedade desprovida de alívio, Pois o necessário é pura ilusão. Assim como o mero ávido e vazio, Despretensioso de uma concepção única. Vivido no princípio de uma tristeza alheia, Uma energia sem força e direção! (Julio Maciel)

sábado, 6 de novembro de 2010

Poesia - Nada é mais humano que o descaso


Nada é mais humano que o descaso

Um dia assim poderia ter sido,
Cheio de histórias, contos e casos,
Vazio de dores, tristezas e fados,
Belos, passados, futuros, gramados...
Um dia assim poderia ter sido.

Nada é mais humano que o descaso,
A irrelevância, a ganância e a ingratidão,
A inveja, avareza e soberba, são vazios, são.
O esquecimento agita a amargura e a solidão,
Nada é mais humano que o descaso.

Agora não esqueço, nem planejo, se perdeu.
O dia que foi claro é o sol que escureceu.
A esperança conduziu a vontade e a razão,
Um Mundo esquecido, o mar, o sonho, conclusão.
Agora não esqueço, nem planejo, se perdeu.

O que me faz pequeno é o que me torna humano,
O medo, o anseio, o desejo, devaneio e frustração.
Minhas estrelas de brilho raro, decadentes, apagão.
Fim do azul, da aurora e do rosa, é breu e escuridão.
O que me faz pequeno é o que me torna humano.

Perdemos o sonho, a beleza e a apreciação,
Esquecemos os sentidos dos sentimentos vividos,
Deixamos os gestos, os cantos e afagos, moribundos.
Ceguei-me diante do mar verde azulado, desamparado.
Perdemos o sonho, a beleza e a apreciação.

Do sono desperto o consolo, vejo o Sol, lavo meu rosto.
Banho minhas lágrimas com água corrente, tudo se desola.
Novamente, inutilmente me recordo, esqueço e choro...
Senti ausência da saudade, a flor da tristeza exalava os ares!
Do sono desperto o consolo, vejo o Sol, lavo meu rosto.

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Poesia -- Plantação de Indigentes -- Hoje o despertar cinza do Sol Revelou quase sem força Frente a meus olhos vermelhos Uma voz de vidro inconsciente e crua De uma lembrança de vida sem recordações Pintando Estrelas órfãs e decapitadas Pelo tempo livremente invisível Mas cheio de odores saculejantes A nossa hipocrisia de belas feições! Dizendo que nos dias simples Nossas orações descredulas e confusas Desfazem-se a primeira esquina libertina Revelando realidade indiscreta, sem força e direção, Regurgitando em nossas janelas quebradas, Pedras coloridas atiradas pela suplica da Esperança, Que agoniza sobre o solo quente e fértil Antes da anunciação da chuva que devasta Toda uma plantação de indigentes em comunhão! (Julio Maciel)