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Um Poeta amador, puro e simplesmente. Ainda vivo essa transitoriedade, Onde o acaso ocasional é casual! Uma saciedade desprovida de alívio, Pois o necessário é pura ilusão. Assim como o mero ávido e vazio, Despretensioso de uma concepção única. Vivido no princípio de uma tristeza alheia, Uma energia sem força e direção! (Julio Maciel)

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Poesia - O Que o Vento me Dizia -


O Que o Vento me Dizia

Certa vez, olhando para o Mar,
Senti o vento batendo no meu peito,
Tentei namorar o Horizonte
Mas não conhecia seu início e fim,
Voltei-me para o céu azul acinzentado,
Com nuvens assanhadas que escondiam
O nosso calor e deixavam escapar raios quentes
Do desejo refletido em cada sorriso humano,
Mas nada havia diante de mim, a não ser,
Ondas salgadas, maré mansa, gaivotas debochadas,
Maresias e areias oferecidas,
Jogadas aos meus pés descalços e afogados...
O vento aumentava a sua força sobre meu corpo,
Desequilibrando-me os sentidos, sacudindo minha alma
Com um canto estridente em meus ouvidos,
Repetindo solenemente que o Amor estava em mim,
Que ele pertence a quem Ama, não a quem amamos,
E que ninguém merece o Amor, que não há relógio
Que o faça voltar, que é Pássaro livre,
E que só ele conhece o Horizonte perdido em nossos olhos,
Carentes!
Pude então sorrir e entender o que as areias oferecidas,
Queriam me dizer...
Diziam que somos iguais, pequenos e fracos,
Levados pela vontade da maré,
Ou pelas asas do Amor Pássaro...
Para simplesmente Amar...

Julio Maciel

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Poesia -- Plantação de Indigentes --

Poesia -- Plantação de Indigentes --
Poesia -- Plantação de Indigentes -- Hoje o despertar cinza do Sol Revelou quase sem força Frente a meus olhos vermelhos Uma voz de vidro inconsciente e crua De uma lembrança de vida sem recordações Pintando Estrelas órfãs e decapitadas Pelo tempo livremente invisível Mas cheio de odores saculejantes A nossa hipocrisia de belas feições! Dizendo que nos dias simples Nossas orações descredulas e confusas Desfazem-se a primeira esquina libertina Revelando realidade indiscreta, sem força e direção, Regurgitando em nossas janelas quebradas, Pedras coloridas atiradas pela suplica da Esperança, Que agoniza sobre o solo quente e fértil Antes da anunciação da chuva que devasta Toda uma plantação de indigentes em comunhão! (Julio Maciel)