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Um Poeta amador, puro e simplesmente. Ainda vivo essa transitoriedade, Onde o acaso ocasional é casual! Uma saciedade desprovida de alívio, Pois o necessário é pura ilusão. Assim como o mero ávido e vazio, Despretensioso de uma concepção única. Vivido no princípio de uma tristeza alheia, Uma energia sem força e direção! (Julio Maciel)

segunda-feira, 18 de julho de 2011

Poesia - O Que Ficou de Herança -


O Que Ficou de Herança

Um dia perdi a saudade que precisava
Quando me dei conta que estava só!
Restou a unanimidade de uma solidão adulta
Que o retrato amarelado e estático, torto,
Insistia em revelar ao segurar uma parede órfã
Inquieta e esquecida no tempo da recordação.

Nesse momento o sereno molhava como um temporal
De águas secas e mofadas que sujavam o peito fraco.
E ainda restava um gesto de Amor em cada olhar piscando cílios
Curtos e esbranquiçados que o acaso arremetia pelo ar,
Assim pude perceber que ao sentir dor ainda estou vivo,
Que essa dor que fura e sangra minha carne quase podre
É o que ainda marca minha existência temporária.

Guardei o medo e a coragem sem razão e pudor
Para poder mostrar o que achei vivendo em nós,
Um Mundo que não teria razão sem tuneis de recordação
E estilhaços da invisível saudade dentro e perto de mim.
Um Amor que nasce na família e ganha o tempo de nossas heranças!

Julio Maciel

segunda-feira, 11 de julho de 2011

Poesia - Farol

Farol

As ondas quebrando ao pé do morro da Santa cruz,
Onde as ruínas de um templo acariciadas pelo vento
E o Farol solitário entre embarcações, aves, sal e frio,
Marcando a tristeza navegante sobre o Mar da maré alta,
Não escondem o anseio suplicante do faroleiro e seu abandono!

Ele reparava todos os dias o céu, a Lua, as nuvens...
Subia e descia escadas, cantava tristemente as mesmas canções,
Lia repetidamente páginas de um único livro, e não perdia a razão,
Apenas se arrepende do amanhã que virá sem um dia ter amado!
Chamava o seu Farol de Esperança...

Julio Maciel

Poesia -- Plantação de Indigentes --

Poesia -- Plantação de Indigentes --
Poesia -- Plantação de Indigentes -- Hoje o despertar cinza do Sol Revelou quase sem força Frente a meus olhos vermelhos Uma voz de vidro inconsciente e crua De uma lembrança de vida sem recordações Pintando Estrelas órfãs e decapitadas Pelo tempo livremente invisível Mas cheio de odores saculejantes A nossa hipocrisia de belas feições! Dizendo que nos dias simples Nossas orações descredulas e confusas Desfazem-se a primeira esquina libertina Revelando realidade indiscreta, sem força e direção, Regurgitando em nossas janelas quebradas, Pedras coloridas atiradas pela suplica da Esperança, Que agoniza sobre o solo quente e fértil Antes da anunciação da chuva que devasta Toda uma plantação de indigentes em comunhão! (Julio Maciel)