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Um Poeta amador, puro e simplesmente. Ainda vivo essa transitoriedade, Onde o acaso ocasional é casual! Uma saciedade desprovida de alívio, Pois o necessário é pura ilusão. Assim como o mero ávido e vazio, Despretensioso de uma concepção única. Vivido no princípio de uma tristeza alheia, Uma energia sem força e direção! (Julio Maciel)

domingo, 16 de fevereiro de 2014

Poesia - A Mulher Morena -

A Mulher Morena

Era tarde de Sol forte
Quando vi aquela Mulher,
Morena e timidamente linda!
Trazia consigo um sorriso acanhado,
Discreto e delicado, quase de perfil!
Apontava o queixo para baixo,
Sem saber que assim,
Ressaltava ainda mais,
As lindas pintinhas de seu rosto leve...
Ela tentava se esconder
Por trás dos cabelos negros,
Longos, sutilmente ondulados
E jogados para o lado!
Que cobriam parte de sua beleza
De Mulher desejada,
Desviando seu olhar
De jabuticabas doces,
Dos meus olhos suplicantes,
Enclausurados e pedintes de carinho!
Fiquei ali parado,
Namorando seus movimentos!
Enquanto ela dançava feito
Bailarina de caixinha de música...
Imaginando como seria o gosto dos seus beijos,
E a força de nosso abraço ao respirar
Ofegantemente ao pé de seu ouvido,
Sussurrando meus desejos mais puros
Na maciez de seu pescoço feminino!
Eu deslizava minhas mãos em pensamentos
Por cada parte de seu corpo,
Até despir toda a sua veste cheirosa,
De seda pura...
Fiquei assim, feito tonto!
E vi o Sol cair sobre o horizonte...
Quando fui tomado pelo medo
De me aproximar!
Então parti, sem olhar pra trás!
Como uma Estrela cadente,
Que se joga até sumir,
Na imensidão lutuosa do céu,
Para nunca mais brilhar!
E quem sabe o que seria
Se eu revelasse a ela
Minha mais íntima verdade...
Essa é a dor de uma Estrela
Que se apaga...
Ninguém saberá.


Julio Maciel

Poesia -- Plantação de Indigentes --

Poesia -- Plantação de Indigentes --
Poesia -- Plantação de Indigentes -- Hoje o despertar cinza do Sol Revelou quase sem força Frente a meus olhos vermelhos Uma voz de vidro inconsciente e crua De uma lembrança de vida sem recordações Pintando Estrelas órfãs e decapitadas Pelo tempo livremente invisível Mas cheio de odores saculejantes A nossa hipocrisia de belas feições! Dizendo que nos dias simples Nossas orações descredulas e confusas Desfazem-se a primeira esquina libertina Revelando realidade indiscreta, sem força e direção, Regurgitando em nossas janelas quebradas, Pedras coloridas atiradas pela suplica da Esperança, Que agoniza sobre o solo quente e fértil Antes da anunciação da chuva que devasta Toda uma plantação de indigentes em comunhão! (Julio Maciel)