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Um Poeta amador, puro e simplesmente. Ainda vivo essa transitoriedade, Onde o acaso ocasional é casual! Uma saciedade desprovida de alívio, Pois o necessário é pura ilusão. Assim como o mero ávido e vazio, Despretensioso de uma concepção única. Vivido no princípio de uma tristeza alheia, Uma energia sem força e direção! (Julio Maciel)

terça-feira, 31 de maio de 2011

Poesia - A Inspiração e o Poeta -



A Inspiração e o Poeta

Sob este céu nebuloso e lacrimejante...
Sinto sua partida. ...
Deixarei que vá, ficando apenas o silêncio!
Siga, voe e esqueça...
O passado já foi criança devassada,
Sem amplidão de lembranças e porteiras!
Então vá!
Sinta fome, vergonha e dance ao vento...
Se entregue à vontade ansiosa da noite escura,
Sonhe sem o breu em seus olhos,
Chore seu abandono de si mesma,
Sinta saudade do que nunca teve,
E esqueça o que esqueceu,
Os ossos, a carne, o veludo e o caderno!
Perca-se no caminho...
Encante por confundir muitos juízos,
Revele seus segredos revelados,
Seja deixada de lado, ignorada, calçando móveis...
Castigue meu peito e minha fronte,
Pode ir!
Deixe seca minha garganta de criança ávida,
Seja minha abstinência áspera...
Faça esgotar o tempo de minha ampulheta extinta,
Meus lábios rachados e sangrentos, não murcharão
E meus olhos vermelhos e trêmulos...
Não irão quebrar só porque me deixou!
Um dia me disseram para não acreditar em você,
Para não te levar á sério!
Nunca escutei ninguém.
Mas sei que hoje me confundo contigo!
Sei que está em mim e eu em ti,
Sei que mesmo indo precisa de mim para se revelar,
Já eu, não seria livre sem você!
Contemple o tempo e a chuva,
Engasgue – se com uma mosca morta!
Veja quanto tempo consegue ser sem mim!
Estarei esperando moribundo e mudo,
Só, em meio a muita gente que não me vê!
Estarei aqui, vivo e falecido,
Sem versos, rimas, canetas e papel...
Sem lirismo e sem o berço do renascimento!
E quando voltar, se um dia voltar...
Inspiração!
Faça de mim Poeta!
Pois farei de você...
Poesia!

Julio Maciel

Poesia -- Plantação de Indigentes --

Poesia -- Plantação de Indigentes --
Poesia -- Plantação de Indigentes -- Hoje o despertar cinza do Sol Revelou quase sem força Frente a meus olhos vermelhos Uma voz de vidro inconsciente e crua De uma lembrança de vida sem recordações Pintando Estrelas órfãs e decapitadas Pelo tempo livremente invisível Mas cheio de odores saculejantes A nossa hipocrisia de belas feições! Dizendo que nos dias simples Nossas orações descredulas e confusas Desfazem-se a primeira esquina libertina Revelando realidade indiscreta, sem força e direção, Regurgitando em nossas janelas quebradas, Pedras coloridas atiradas pela suplica da Esperança, Que agoniza sobre o solo quente e fértil Antes da anunciação da chuva que devasta Toda uma plantação de indigentes em comunhão! (Julio Maciel)