
Nada é mais humano que o descaso
Um dia assim poderia ter sido,
Cheio de histórias, contos e casos,
Vazio de dores, tristezas e fados,
Belos, passados, futuros, gramados...
Um dia assim poderia ter sido.
Nada é mais humano que o descaso,
A irrelevância, a ganância e a ingratidão,
A inveja, avareza e soberba, são vazios, são.
O esquecimento agita a amargura e a solidão,
Nada é mais humano que o descaso.
Agora não esqueço, nem planejo, se perdeu.
O dia que foi claro é o sol que escureceu.
A esperança conduziu a vontade e a razão,
Um Mundo esquecido, o mar, o sonho, conclusão.
Agora não esqueço, nem planejo, se perdeu.
O que me faz pequeno é o que me torna humano,
O medo, o anseio, o desejo, devaneio e frustração.
Minhas estrelas de brilho raro, decadentes, apagão.
Fim do azul, da aurora e do rosa, é breu e escuridão.
O que me faz pequeno é o que me torna humano.
Perdemos o sonho, a beleza e a apreciação,
Esquecemos os sentidos dos sentimentos vividos,
Deixamos os gestos, os cantos e afagos, moribundos.
Ceguei-me diante do mar verde azulado, desamparado.
Perdemos o sonho, a beleza e a apreciação.
Do sono desperto o consolo, vejo o Sol, lavo meu rosto.
Banho minhas lágrimas com água corrente, tudo se desola.
Novamente, inutilmente me recordo, esqueço e choro...
Senti ausência da saudade, a flor da tristeza exalava os ares!
Do sono desperto o consolo, vejo o Sol, lavo meu rosto.