Quem sou eu

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Um Poeta amador, puro e simplesmente. Ainda vivo essa transitoriedade, Onde o acaso ocasional é casual! Uma saciedade desprovida de alívio, Pois o necessário é pura ilusão. Assim como o mero ávido e vazio, Despretensioso de uma concepção única. Vivido no princípio de uma tristeza alheia, Uma energia sem força e direção! (Julio Maciel)

sábado, 28 de dezembro de 2013

Poesia - Confissão -


Confissão

Minha solidão é tudo que me acompanha!
Não pelos desamores avessos,
Nem pelos pudores incontidos nas felicidades
Momentâneas e redundantes...
Talvez seja pelo fato de existir uma fenda enorme
Entre minha consciência oculta e eu!
E isso, tudo que basta para sentir escorrer
Pelo meu corpo, as chamas submersas da dor
Da renascença oriunda em nostalgias insanas,
Que arrancam de mim sorrisos fanfarros
Ao relembrar o rasgo que me faz pular de santa em santa,
E ainda assim, continuar a caminhada só, ao afago do calor da lua,
Contemplando minha solitude indiscreta e tão leal!
A dor que sinto é plena diante de tudo,
Porém, não me importo com as tristezas, menos ainda com as alegrias,
Diante de mim, a solidão é o mal natural, sou eu, o meu adversário.
Eu que temo minhas fraquezas, simplesmente por ser fraco!
Sinto-me diferente de tudo e todos, pelo o que vejo e transformo,
Mas as lamentações transcritas retalham todas as emoções!
O sofrimento não é a solidão, não é sorrir ou chorar.
Sofrer é ter nas mãos a delicadeza de uma pena e a sede insana,
De um tinteiro afoito, virgem e rejeitado!
E com isso, diante de tudo ao alcance dos dedos,
Ser refém de algo inerente a minha própria vontade imediata.
Para mim, não existe dor maior...
Do que ser Poeta.

Julio Maciel

Poesia -- Plantação de Indigentes --

Poesia -- Plantação de Indigentes --
Poesia -- Plantação de Indigentes -- Hoje o despertar cinza do Sol Revelou quase sem força Frente a meus olhos vermelhos Uma voz de vidro inconsciente e crua De uma lembrança de vida sem recordações Pintando Estrelas órfãs e decapitadas Pelo tempo livremente invisível Mas cheio de odores saculejantes A nossa hipocrisia de belas feições! Dizendo que nos dias simples Nossas orações descredulas e confusas Desfazem-se a primeira esquina libertina Revelando realidade indiscreta, sem força e direção, Regurgitando em nossas janelas quebradas, Pedras coloridas atiradas pela suplica da Esperança, Que agoniza sobre o solo quente e fértil Antes da anunciação da chuva que devasta Toda uma plantação de indigentes em comunhão! (Julio Maciel)